Às vezes queria poder alienar-me de tudo, construir por mim e à minha medida. Fazer como quero, poder assumir o controlo do leme, sem ter de depender de intempéries que vêm do nada.
Só sei que parei ali, parei no tempo e num tempo em que vi tudo parar. A cena repete-se vezes e vezes sem conta na minha cabeça. Já não sei se é medo se alívio. Nunca soube. O tempo voou por corredores marginais, enquanto o peito me sufocava em prantos mudos. Por cada segundo que gasto em cativar, ganho um minuto de vida. Por cada segundo em que me sinto a mais impotente, a mais vulnerável e incapaz, aprendo a dar valor ao minuto que tive de bónus...e sinto-me mais forte, ainda que longe de ser a mais forte.
Afinal ainda é medo. Afinal, também é um grande alívio.
Sem comentários:
Enviar um comentário