O nosso organismo funciona de uma forma espantosa. Reage a todo o tipo de estímulos. Por vezes das piores formas, é um facto.
O coração, motor de arranque (e também de paragem...) bate descompassado em alturas de temor (como ontem, quando quase fui atropelada por um ciclista) e de euforia (quando vi que o mesmo ciclista era giro). Bate alucinado de desejo, de medo. Bate tranquilo quando ama, quando lhe dão descanso. Bate mais quando ansioso.
O meu coração anda pirado de todo. Um ritmo cardíaco normal é coisa que não existe no meu dicionário fisiológico. Os meus batimentos ultrapassam sempre a centena, mesmo em repouso absoluto (imagine-se como fico depois do esforço...). No entanto, tive um desempenho fabuloso na prova de esforço. Sou capaz de pedalar duas horas a bom ritmo, sem acusar muita fadiga.
Desviei o assunto que aqui me trouxe - o diálogo com o ciclista incauto.
Ia eu numa marcha tranquila, na minha bicicleta a solicitar reforma urgente, ao som de "For Reasons unknown", vi alguém pedalar na minha direcção. Tratei de me desviar. Mas o mesmo mudou também a rota, buscando a colisão. Travei a fundo. Ele fez o mesmo, acabando por roçar com o joelho no chão. Disse-me, enquanto eu tirava os phones:
- Desculpa. Vinha distraído a ler o que diz a tua t-shirt.
- (Ri-me) Ok. Tás bem do joelho?
- Sim, só um raspão. Já agora, a resposta é tudo yes? Ou há algum No?
- (Fiquei parva com a lata). As respostas são os outros a darem-mas. Não sou eu a ter de as dar...
- Ok. Pra mim é quase tudo yes.
- Ainda bem. Vou ter de ir.
- Só mais uma pergunta. Café? Yes or No?
- (Grande lata...) Na t-shirt falta Maybe one day. But not today (já sei que fui brilhante).
- Mazinha... Magoei o joelho de propósito.
(...)
(Já vos tinha dito... Acontecem-me cenas dignas de filme (género comédia ou comédia romântica), que me fazem dizer muitas vezes: "Um dia quando menos esperares...")
Mas a frase ideal para este caso, vem de um grande filme, que me marcou para sempre:
"Moving at the speed of life, we are bound to collide with each other" (in Crash, 2004) ahahahah
Ainda assim, já pus à prova os dotes de actriz. Não que me tivesse saído muito mal... mas sou muito má para simulações...
1 comentário:
O rapaz era giro, esfolou o joelho por tua causa, tu própria o disseste parecia a cena de um filme romântico.... mas esses costumam acabar bem: a rapariga normalmente aceita tomar café com o menino... se fosses ao cinema e visses este desfecho certamente terias escolhido o final feliz... não te assustes em transpor o virtual para o real...
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