17/10/2007

Redenção

Devo um post ao Dia Mundial da Alimentação!


  • Não poderia deixar de prestar a minha homenagem ao Dr. Emílio Fernando Alves Peres (1932-2004) - personalidade de marcantes características humanas, pedagógicas e científicas, que simboliza no nosso país a criação do ensino universitário de Nutrição e o nascimento de uma verdadeira escola de pensamento nesta área. A sua sapiência continua a guiar-nos.

  • Muito se fala das doenças típicas das sociedades de abundância, como é o caso da obesidade, hipertensão arterial, dislipidemias,... Mas hoje elas estão disseminadas, mesmo nos países com índices de pobreza in extremis, graças à economia de escala que põe fast food em tudo quanto é beco, a preços imbatíveis. Nos últimos anos, e pela primeiríssima vez, concluiu-se que morre mais gente por "comer demais" do que à fome!!!

  • Em Portugal, 25% das crianças entre os 3 e 5 anos de idade têm excesso de peso. Se evoluirmos um pouco na faixa etária (7 a 11 anos), este valor aumenta para 30%.

  • Calcula-se que cerca de 3,5% das nossas despesas totais de saúde sejam devidas a co-morbilidades resultantes da obesidade!

  • É importante destacar o papel um tanto ou quanto laxista do estado... Nutricionistas em autarquias? Apenas 14 em 308 municípios...

  • Actividade física? Não, obrigada! Aliás, só quando obrigados!!!

  • Mudando um pouco o tema, mas mantendo o tom alarmista: a história dos biocombustíveis vai ter um impacto profundo na alimentação... Subida (com muito declive!) do preço dos cereais... Cite-se o exemplo de Itália, em que o preço do trigo já quadriplicou (se tivermos em conta que as massas são a base da alimentação deste povo, é que nem é de ficar preocupado) Fenómeno em tudo semelhante ao da cana-de-açúcar no Brasil, mas bem mais grave! O pão é feito de que???

  • A luta pela igualdade começa, inevitavelmente, pela alimentação. Daí que me revolte pensar que 854 milhões de pessoas ainda dormem de barriga vazia... Amartya Sen, Nobel da Economia em 98, afirmou que a fome não se explica pela escassez de alimentos, mas sim pelo facto de não haver igualdade no acesso aos mesmos. Se não há igualdade nisto, há em que?



1 comentário:

Anónimo disse...

Mais uma ve fico impressionada com o teu blog... mas como tenho um espírito de contra.. vou protestar.. não culpes o fast food pela obesidade... basta olhar à minha volta em que não há fast food e as crinças e os adultos são obesos... eu e tu temos fast food à porta e nem por isso temos excesso de peso.. não será um problema de educação alimentar, de falta de conhecimentos ou simplesmente de prazer pelo doce e gorduroso que se encontra não apenas no fast food mas nos mini, super e hipermercados..